quinta, 28 de março de 2024
Geral
13/02/2017 | 10:07

Safra da sardinha sem greve

A partir da meia noite do dia 15, próxima quarta-feira, todas as embarcações licenciadas para atuar na captura da sardinha podem sair para o mar. Na denominada região sudeste sul, a estimativa é que cerca de 122 barcos operem nesta safra, a maioria é da região de Itajaí, cidade reconhecida por ser o maior polo pesqueiro do país e de onde sai praticamente 20% do pescado consumido no Brasil.

 

Ao contrário do ano passado, armadores e pescadores estão otimistas. Em 2016, a captura da sardinha girou em torno de 40 mil toneladas, e por causa disso as indústrias tiveram que importar matéria prima para manter a produção. De acordo com o coordenador da Câmara Setorial do Cerco do Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região – SINDIPI, Agnaldo Hilton dos Santos, a água fria e as condições climáticas desfavoráveis foram as responsáveis pelo resultado que frustrou o setor no ano passado. Já para 2017, a expectativa é bem diferente. Agnaldo destaca que a água está mais quente e, por isso, a projeção dos armadores é para uma safra com captura de 80 mil toneladas, um volume que a indústria é capaz de absorver, lembra o coordenador da Câmara.

 

Outro fator importante deste ano é que a safra vai começar no dia previsto. Diferente de 2016, uma greve está descartada. É que houve um consenso entre sindicatos patronal, dos trabalhadores e as indústrias dos valores para a compra da sardinha. Durante uma reunião que contou com a participação dos representantes dos Sindicatos Patronais da região sudeste sul, representantes do Sindicato dos Trabalhadores e das Indústrias ficou definido que o preço mínimo do quilo da sardinha verdadeira será de R$1,60.  Já ao quilo refrigerado e com gelo o valor pago pelas indústrias será de R$1,80 para o pescado descarregado em Santa Catarina. Para quem descarregar nos portos do Rio de Janeiro e São Paulo, o valor pago pelo produto é único – R$ 2,05.

 

Para Agnaldo Hildo dos Santos, o posicionamento do presidente do SINDIPI e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores – SITRAPESCA,  foi fundamental e estratégico para um início de safra tranquilo e sem conflitos. “A nossa intenção e destes novos líderes dos sindicatos é pensar a pesca para 2030. Precisamos de planejamento a longo prazo e com pessoas que estejam interessadas nesta sobrevivência da pesca. A relação do sindicato patronal e laboral está passando por uma mudança e quem ganha com isso é o setor. Hoje não existe armador sem pescador e não existe pescador sem armador. É preciso pensar no coletivo, caso contrário, a nossa atividade vai deixar de existir”, destaca Agnaldo.


JORNAL IMPRESSO
29/03/2024
22/03/2024
15/03/2024
08/03/2024

PUBLICIDADE
+ VISUALIZADAS