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Geral
06/02/2017 | 15:27

OAB de Itajaí presta auxílio a haitiano que sobreviveu a explosão em empresa da cidade

Seis meses e meio após o acidente, o haitiano Amos Fertil, de 26 anos, voltou a se encontrar com o presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB de Itajaí, o advogado Guilherme Campestrini. Amos sobreviveu ao acidente de trabalho em julho de 2016, causado por uma explosão de um equipamento em uma empresa em Itajaí. Ele teve queimaduras por todo o corpo e perdeu um colega que não resistiu aos ferimentos.

No encontro, ele estava acompanhado de uma colega e da dona do local onde mora e que está ajudando ele. Passado este tempo, o haitiano enfrenta problema nas articulações dos braços causado pelas queimaduras e necessita de uma série de cirurgias para que os nervos voltem ao normal. Além disso, precisa fazer cirurgias nos lábios e olhos e não pode pegar sol por conta das cicatrizes. Ele relatou ainda que vinha encontrando dificuldades em conseguir medicamentos que estavam indisponíveis na rede pública e a falta de transporte para fazer fisioterapia. De acordo com Campestrini, “ os problemas com os medicamentos e a questão do transporte já foram resolvidos”, pontuou.

Ainda no encontro, Amos informou ao presidente da comissão da OAB, que após a ação trabalhista ingressada depois do acidente, a empresa deixou de prestar auxílio. Agora, meio ano depois do acidente, foi marcada a primeira audiência na área trabalhista. Será no dia 8 de fevereiro, às 14h10, na 3ª Vara do trabalho de Itajaí. “Alguns haitianos que se encontram desempregados tem dado algum suporte, apesar de que está bem desassistido. Ele e os demais haitianos vieram para o Brasil em busca de trabalho, de dignidade. Muitos deles, assim como Amos mandavam dinheiro para a família que ficou no Haiti, mas agora, nessa situação ele também não pode ajudar seus familiares que moram lá”, declarou Campestrini.

Não poder ajudar a mãe no Haiti preocupa muito Amos. Ele conta que quando a mãe ficou sabendo do acidente dele aqui, ela passou mal e precisou ser internada. Depois disso, ela nunca se recuperou e está bem doente. Quando fala na mãe, Amos se emociona e a tristeza é ainda maior quando diz para ela que não tem dinheiro para enviar a família. “ Ontem me ligou e perguntou: Amos, não tem nada para enviar para mim? Eu to chorando, pois não tenho nada para enviar”, contou emocionado. Até o acidente, Amos mandava dinheiro para a família no Haiti, mas agora não consegue ajudar a família que passa por muitas dificuldades por lá.

Além das complicações e marcas deixadas pela explosão, Amos e a família enfrentam agora outra batalha:  a irmã do Amos está com medo de ser deportada pelo Chile ao Haiti.


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