quinta, 28 de março de 2024
Geral
18/10/2016 | 16:06

Alimentação é saúde!

Na última década doenças relacionadas à disfunção alimentar na infância e adolescência tem se tornado mais comum e tem alarmado pais, que buscam no mercado opções de alimentos saudáveis para os seus filhos. O grande problema é que o apelo publicitário da indústria alimentícia tem levado muitas pessoas a consumirem determinados alimentos, certos de que são opções saudáveis, mas trata-se de uma grande armadilha. Um bom exemplo neste sentido é o famoso suco de soja, que até pouco tempo era indicado, inclusive, por pediatras como opção saudável a refrigerantes e sucos em pó, e com o passar do tempo se descobriu que a alta concentração de isoflavona neste tipo de suco, que é um fitoestrogênio que se assemelha com os hormônios sexuais femininos e pode aumentar consideravelmente o risco de alteração hormonal precoce.

O suco de soja é apenas um dos exemplos, mas a lista de alimentos que parecem saudáveis, mas não são, cresce cada dia mais. As vitaminas e fibras são as principais promessas de equilíbrio nutricional em alimentos voltados para crianças e adolescentes, mas o que os fabricantes não deixam claro é que o processo de industrialização dos alimentos praticamente elimina o potencial nutricional dos ingredientes e a alta concentração de conservantes e corantes atuam como grandes vilões, sendo os principais causadores de alergias e intoxicações.
Com o objetivo de engajar o público a se posicionar de maneira positiva e contundente em relação à alimentação saudável e à agroecologia, a Fase que atua há 61 anos no Brasil, inicia neste mês de outubro a campanha “Guardiões dos Sabores”, uma iniciativa que promete levar mais conscientização às pessoas quanto ao consumo de alimentos industrializados e também quanto a importância de consumir alimentos frescos e com pouca ou nenhuma adição de agrotóxicos no cultivo, privilegiando o pequeno agricultor, equilibrando os biomas brasileiros, resgatando os sabores e receitas regionais e fomentando temáticas relacionadas à alimentação equilibrada e saudável. 

“O ideal é uma política que garanta alimento de qualidade e barato. Por isso, defendemos que haja uma descentralização dos equipamentos de distribuição dos alimentos, o que garante circuitos mais curtos e uma relação mais próxima com quem produz e quem consome. Além da preservação ambiental, pois, temos uma riqueza de biodiversidade nesse país e várias fontes de vitaminas e proteínas. É necessário conhecer os nossos biomas para aumentarmos o consumo de alimentos saudáveis como frutas, legumes e verduras”, explica a presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar, Maria Emília Pacheco.

Bolachas recheadas, salgadinhos, balas, salsichas, frios, empanados de frango, hambúrgueres congelados, cereais, sucos de fruta industrializados, refrigerantes, macarrão instantâneo e gelatinas estão entre os alimentos preferidos da criançada, no entanto, são eles os principais responsáveis por doenças como: obesidade, alteração de colesterol, alergias alimentares, hipertensão arterial, diabetes, e até câncer.
  
Explicar para um adulto que ele não pode comer certos tipos de alimentos já é uma missão quase impossível, repassar esta informação para o conhecimento dos pequenos pode resultar em birra, lágrimas e sofrimento, a menos, claro, que ao invés de proibir a ingestão destes produtos, os pais passem a oferecer aos pequenos outras opções de alimentos mais saudáveis, ricos em sabor e nutrientes.
Uma opção de inserir alimentos saudáveis no cardápio dos pequenos é fazer vários experimentos na forma de apresentação e cocção, por exemplo:  a berinjela refogada pode ser rejeitada na primeira mordida, mas talvez uma lasanha de berinjela ou mesmo um Baba Ganoush (pasta de berinjela típica do oriente médio) pode se adequar melhor ao paladar dos pequenos, a cenoura cozida pode ser desprezada, no entanto ralada crua juntamente com arroz pode ser uma opção, já que a textura crocante pode ser um fator atrativo.

“A família tem um papel importante nesse caminho, mas também precisamos pensar no impacto que a publicidade tem com relação ao consumo de alimentos no Brasil, sobretudo quando falamos da publicidade infantil. Os produtos alimentícios ultra processados têm sido responsáveis por gerar outros problemas também como a obesidade e o sobrepeso. Associar o consumo de refrigerante ou de um hambúrguer com um brinquedo, por exemplo, é ferir o direito dessa criança que está em pleno desenvolvimento psicossocial”, diz Maria Emília.

Criar processos, rotinas e, o mais importante, insistir na diversidade de apresentação e texturização de alimentos é fundamental para criar hábitos alimentares saudáveis para crianças e adolescentes. Por mais exaustivo que seja esse processo de descoberta dos alimentos, ele vale a pena, já que a alimentação é a principal responsável pelo bom funcionamento do organismo. Investir em um cardápio nutritivo é o único atalho que existe para uma vida mais saudável, portanto mais longa.

Para mais informações sobre a FASE acesse: http://fase.org.br/


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