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Geral
22/07/2016 | 16:55

Eleições municipais estão indefinidas em Itajaí

Artigo: Carlos Bittencourt

Nunca uma eleição municipal esteve tão indefinida em Itajaí. É que nos últimos vinte, trinta anos, as disputas se concentravam em apenas poucos e conhecidos protagonistas, como Arnaldo Schmitt (PMDB), João Macagnan (PFL), Jandir Bellini (PP) e Volnei Morastoni (PMDB). E as eleições municipais e para deputado estadual giravam em torno destes nomes.  

Como na última eleição o município não conseguiu eleger nenhum deputado estadual, muito menos federal, e o atual prefeito não pode concorrer à reeleição, abriu-se um espaço político de liderança que, por enquanto, ninguém conseguiu preencher. Isso porque entre os pré-candidatos anunciados até o momento nenhum apresenta um favoritismo eleitoral incontestável, como ocorreu em outras épocas com Jandir Bellini. 

A palavra é esta: liderança. Ou seja, a falta dela. Ninguém que tentou conseguiu se sobressair sobre esses nomes já consagrados na política e nas urnas. O único que permanece, vamos assim dizer, da “velha guarda”, é Volnei Morastoni. Ex-prefeito, ex-deputado estadual, mas que chega como pré-candidato com um desgaste natural: não se reelegeu prefeito, não conseguiu eleger-se na última eleição para deputado estadual e viu o PT enfraquecido nacionalmente. Acabou trocando de partido, indo para o PMDB, onde chegou pela porta do diretório estadual, causando um racha no diretório municipal, que levou uma grande quantidade de militantes para o PSD.

Outros nomes que poderiam hoje estar com suas pré-candidaturas mais sedimentadas, como a vice-prefeita Dalva Rhenius (PSB) e o vereador Luiz Carlos Pisseti (PSB), nunca tiveram a chance de disputar uma eleição de maior envergadura, embora não lhes faltasse capacidade e conhecimento para isso.

Dalva ensaiou por duas vezes a candidatura para deputada estadual e acabou não saindo por opções políticas da coligação a qual     pertence. Por outro lado, Luiz Carlos Pissetti, que está há quase 20 anos junto com a atual coligação, ocupou diversos cargos na administração pública e foi por duas vezes presidente da Câmara de Vereadores, acabou também não conseguindo impor seu nome, também por opção dentro da coligação. O vereador Osvaldo Gern (PP) até que tentou na última eleição se firmar como liderança, mas não se elegeu deputado estadual, teve seu nome ligado à operação Dupla Face (hoje já retirado as acusações) e acabou com a imagem desgastada.

Os nomes que surgiram como pré-candidatos, embora representem o novo dentro da política de Itajaí, não passam a segurança de uma vitória para as coligações que estão representando. Anna Carollina Martins (PSDB) saiu do seu partido, o PR, aninhou-se no PSDB, viu seu nome ter um crescimento nas pesquisas internas e acabou sendo pré-candidata natural do partido, embora a primeira opção do PSDB fosse Deodato Casas e depois do empresário do ramo da construção civil Orlando Ferreira. O partido coligou-se com mais 10 outros e tenta, com isso, melhorar o desempenho oposicionista da pré-candidata e chegar ao poder municipal.

Por outro lado, o nome certo do PP até alguns dias atrás era o de Paulinho Bornhausen, que chegou a fixar residência no município, mas sua pré-candidatura acabou não acontecendo. Sem um plano “B”, os progressistas saíram desesperados atrás de um pré-candidato que pudesse desempenhar um bom papel na eleição e acabaram encontrando João Paulo Bastos Gama. Ex-procurador jurídico do município, ex-presidente da OAB, um nome diferente, uma proposta diferente, para um eleitorado que quer mudanças no rumo político de uma forma em geral.

Vices

A pré-candidata Anna Carolina já tem como certo o seu pré-candidato a vice, o vereador Osvaldo Mafra, que na última eleição teve uma boa votação para deputado federal, embora não tenha sido eleito.

O PP ainda não encontrou o candidato a vice-prefeito de João Paulo, embora o “namoro” esteja sendo feito com os pré-candidatos Maurílio Moraes (PR) e Níkolas Reis (PDT), que por sinal também são pretendidos pelo pré-candidato do PMDB, Volnei Morastoni.

Quem vai com quem ainda ninguém sabe, embora vários têm sido os boatos de que um partido está fechado com outro, que está garantido com um terceiro e assim por diante.

O que vai contar nesse caso é quem (Maurílio ou Níkolas) tem mais densidade eleitoral que possa impulsionar a pré-candidatura de João Paulo ou Volnei Morastoni. É isso que está se decidindo ou pesquisando para fechar de vez a aliança.

Se o escolhido para vice do pré-candidato João Paulo for Maurílio Moraes, o ex-vereador Níkolas e todo o PDT ficam numa grande “sinuca de bico”, como se diz. Níkolas e o PDT não se aliariam ao PMDB, por divergências políticas com o pré-candidato Volnei Morastoni, também não se alinhariam com o PSDB, pois o partido acabou fechando a porta ao escolher como pré-vice candidato Osvaldo Mafra. De duas uma: ou o PDT sai com candidatos só do partido, tendo Níkolas como pré-candidato a prefeito, ou o partido se coliga ao PP e Níkolas acaba saindo como candidato a vereador.

Pois é, esta é a situação atual. Uma confusão geral. Só mesmo esperando as convenções municipais que devem ser realizadas no final do julho e início de agosto para saber quem vai com quem, e quem vai ficar “a ver navios”...


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