quinta, 28 de março de 2024
Geral
18/04/2016 | 12:35

Após duas semanas em greve, servidores públicos de Itajaí retornam às atividades

Os servidores públicos de Itajaí retornaram às atividades na manhã desta segunda-feira. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da Região da Foz do Rio Itajaí decretou o fim da greve dos trabalhadores após uma assembleia, no fim da tarde de sexta-feira. Para alguns servidores, a assembleia foi uma armação do sindicato, isso porque a reunião ocorreu no fim do período de greve, com cerca de 500 pessoas. Apesar disso, a presidente do sindicato, Eliane Correa, nega as acusações.

Em votação, a categoria aceitou a proposta do prefeito Jandir Bellini (PP) de 9,39% de reposição salarial com pagamento único em setembro. Depois de duas semanas em greve, o último dia de paralisação rendeu comentários fervorosos de uma parcela dos grevistas. A última assembleia, que determinou o fim da greve, ocorreu por volta das 17h15, após o prefeito Jandir Bellini encerrar as negociações com a categoria. Alguns servidores questionaram a legalidade da assembleia e a ilegalidade da votação:

— Não fomos atendidos pelo prefeito na sexta-feira e fomos informados que ele não ia mais negociar conosco. Tudo isso estava escrito em um documento entregue à nós. Eu saí da prefeitura às 17h10 e subi no caminhão às 17h15, com esse documento em mãos para propor uma assembleia _ defende Eliane.

Cerca de 500 servidores permaneciam em frente à prefeitura no fim da tarde de sexta-feira, segundo Eliane, sendo que o horário de greve se estendia até às 18h. A presidente nega qualquer acusação sobre uma assembleia articulada e garante que houve uma votação para decidir se a assembleia ia ou não ocorrer:

— A maioria aceitou, está tudo gravado. Fizemos a assembleia e eles aceitaram os 9,39% de reposição, descartando a outra proposta. Não era o que o sindicato queria, muito menos o que os servidores queriam. Diante do posicionamento do prefeito e da queda de adesões a greve, nós decidimos aceitar a proposta.

Na sexta-feira, uma parcela de servidores abandonaram a greve. De acordo com Eliane, os efetivos da Secretaria de Educação planejavam retornar as atividades nesta segunda-feira, mesmo se um acordo entre as partes não fosse estabelecido. Alguns servidores alegaram cansaço e falta de avanço nas negociações. Diante da aceitação em assembleia, o sindicato encerrou a greve:

— A assembleia foi legítima. Em um movimento de greve, uma assembleia pode ocorrer a qualquer momento. Se você saiu cedo, foi decisão sua. Quem resolve é quem está no momento da greve. Os servidores votaram e nós respeitamos o resultado.

De 12 membros da comissão de greve, apenas três foram contrários a assembleia. Os demais aceitaram a abertura da reunião na sexta-feira. Para Eliane, o sindicato não podia deixar que a greve afetasse diretamente a vida dos cidadãos. O encerramento ainda evitou uma possível politicagem dentro do movimento:

— As pessoas que me denegriram queriam me marcar politicamente para me prejudicar. Eu não enfrentei a greve como política, eu enfrentei a greve como presidente do sindicato da categoria. Eu estava focada. Estou aqui como presidente e respeito os mais de seis mil servidores da prefeitura.

Duas semanas

Esta foi a greve mais extensa dos servidores públicos de Itajaí. Foram cerca de 1,6 mil adesões por período durante as duas semanas de paralisação. Em 2015, o sindicato registrou 1 mil adesões por períodos e a greve durou somente quatro dias. O mesmo aconteceu em 2013: foram quatro dias de greve e uma média de 900 servidores paralisados por período.


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