sexta, 29 de março de 2024
Política
18/03/2016 | 08:20

“Itajaí envelheceu o jeito de administrar, está ultrapassada”

Natural de Bagé, no Rio Grande do Sul, o gaúcho Sandro Garcia, 45 anos, é mais conhecido em Itajaí pelo vínculo com emissoras de televisão locais. A profissão o aproximou da população itajaiense, aumentando a popularidade do agora pré-candidato a prefeito. Atualmente, o apresentador se desligou das telinhas e aposta em um novo sonho: governar Itajaí.

Filiado ao PCdoB desde janeiro deste ano, Sandro se tornou figura característica na cidade por apresentar um programa de cunho social. Recebia reclamação dos telespectadores e buscava por soluções. Deixou a emissora para se dedicar à corrida eleitoral, a convite dos políticos Ângela Albino e Marcelo Werner.

Fora da televisão, mas não das câmeras, Sandro Garcia apostou em uma nova estratégia: alertar a população sobre o atual governo municipal por meio de vídeos em uma rede social. Em entrevista ao Jornal dos Bairros, o pré-candidato fala sobre os vídeos polêmicos publicados no Facebook, a indignação com o governo Jandir Bellini e as articulações do PCdoB para as eleições de 2016.

Jornal dos Bairros – Como surgiu a possibilidade de ser o pré-candidato pelo partido? Você já concorreu em algum outro pleito?

Sandro Garcia – Concorri a vereador em uma cidade do Rio Grande do Sul, ficando em primeira suplência. Também trabalhei muito com assessoria de comunicação. Fui assessor de um deputado federal em Mato Grosso e outros candidatos a prefeitos. Trabalhei em campanha e marketing eleitoral, mas chegou a minha vez. Quando aconteceu o convite eu estava com o programa de maior patrocínio da emissora, maior sucesso e números de ligações, eram cerca de 40 ligações por programa. Fiquei cerca de 10 anos recebendo reclamação da população de Itajaí, eram coisas fáceis e que não eram resolvidas. Percebi que minha melhor maneira de solucionar esses problemas e oferecer maior qualidade de vida, até mesmo uma igualdade social, era por meio de um pleito político. Difícil alguém que tenha tanta informação sobre os problemas de Itajaí quanto eu

Jornal dos Bairros – Historicamente o PCdoB esteve junto com o governo da presidente Dilma Roussef (PT). No atual momento, isso enfraquece a sigla?

Sandro Garcia – Santa Catarina é um Estado exemplo para o país, com pouquíssimos beneficiados do programa Bolsa Família, com poucas pessoas realmente precisando de auxílio nacional. A presidente Dilma perdeu aqui. Se eu sou a favor do impeachment da Dilma? Sim, porque eu sou contra qualquer pessoa que fez mau uso do dinheiro público e que tenha metido a mão no dinheiro que é do povo, que recebeu presentes para beneficiar grupos empresariais. Eu sou a favor da saída de todos os envolvidos nesses esquemas. Nós significamos a renovação. Temos um grupo de pessoas para renovar e acabar com essa dependência dos grupos políticos e empresariais. Não é porque alguém vai me dar R$ 10 mil que eu vou canalizar uma obra para essa pessoa. Esse é o grande erro da política hoje. Parece que é preciso vender a alma aos grupos empresariais para se eleger. Neste momento, eu sou contra o governo Dilma e, por mim, o PCdoB se desligaria desse catastrófico governo. Nosso grupo não possui nenhum cargo de confiança na prefeitura de Itajaí, somos novos, não possuímos vereadores na Câmara. Queremos fazer uma nova política.

Jornal dos Bairros – Você tem feito vídeos questionando algumas atitudes do governo municipal. Um deles é referente à política habitacional no município. Você entende que este governo focou no desenvolvimento e deixou as pessoas um pouco de lado?

Sandro Garcia – Em 2009, nas comemorações dos 150 anos de Itajaí, o prefeito Jandir Bellini (PP) me falou que não ia fazer casas populares; ele não queria crescer as demandas sociais e ele se põe como uma pessoa extremamente de direita. O prefeito não pensa nas comunidades mais pobres. Hoje, o governo está administrando para grupos exclusivos, sendo a Estapar, Coletivo [transporte público], Ambiental [limpeza urbana], Empresa de Navegação Santa Catarina [ferry boat de Itajaí] e outros grupos empresariais. Eles não se importam com a população mais humilde. Em oito anos, o governo fez só 80 casas, sendo que elas já estavam 70% prontas no governo do ex-deputado Volnei Morastoni (PMDB). Esse é um governo muito ruim. Nesse governo o pobre não tem direito a casa própria. Passaram três secretários de Habitação e nenhum deles deu conta do trabalho por falta de apoio e de empenho do Jandir. No meu ponto de vista, ele é o pior prefeito em termos sociais nos 155 anos de Itajaí. Ele foi o prefeito mais cruel e o mais insensível. Eu recebia reclamações relacionadas a esse assunto todos os dias. A irmã do prefeito e secretária de Segurança, Susi Bellini, representaria para a Polícia Militar 3 mil litros de gasolina. São R$ 12 mil gastos com uma secretária sem função alguma. Ela não faz nada. Temos um secretário fictício de uma secretaria que não funciona para nada. Nós estamos em um momento de que mais vale um vínculo familiar do que um retorno para a população por meio de impostos. Pagamos impostos para um prefeito fazer favores ao seu irmão, que é chamado nepotismo, de uma função completamente inexistente. A função da Susi é um enfeite, uma estátua dentro da Administração Pública.

 

*Leia a entrevista completa na versão impressa do Jornal dos Bairros


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