sábado, 20 de abril de 2024
Política
04/03/2016 | 08:36

“Hoje o PT é um partido leproso”

Ele nunca concorreu em eleições municipais. Na verdade, sua única disputa eleitoral foi para a diretoria da subseção de Itajaí da Ordem dos Advogados do Brasil, venceu. Isso não significa, porém, que Gaspar Laus não seja um político experiente. Seu posto é nos bastidores, onde a política realmente acontece. Os 40 anos na vida política fazem do advogado de 56 anos um veterano no cenário partidário. Atual interventor do PMDB em Itajaí, aposta na juventude para alavancar a sigla e, provavelmente, fazer história no município.

O primeiro contato com o corre-corre da vida política foi aos 16 anos. Foi militante do Movimento Democrático Brasileiro, ou Manda Brasa, como apelidado na época. Veio para Itajaí, mas antes participou de todas as corridas eleitorais no PMDB em Tijucas. Trabalhou como procurador-geral de Itajaí entre 2007 e 2008, a convite do exprefeito Volnei Morastoni. A intervenção no PMDB se deu em outubro do ano passado, em meio a um cenário conturbado com a saída de nomes fortes da sigla. Como recentemente protocolou a desfiliação de 61 ex-peemedebistas, agora o partido foca em novas filiações, na força da juventude e das mulheres itajaienses.

Jornal dos Bairros – A Eliane era um dos nomes mais fortes do PMDB de Itajaí. Essa série de desfiliações enfraqueceu o partido no município? Como o senhor avalia essa situação?

Gaspar Laus – De forma alguma. Isso é algo normal dentro do pluripartidarismo, mas nós não estamos focando nas desfiliações e sim nas filiações. Isso é passado. A desfiliação é um direito deles, mas nós seguimos em frente. Se estava desgostosa com a situação dentro do partido, a pessoa procura outra sigla. Ainda estamos nesse processo e estamos fazendo muitas novas filiações. Nosso foco, agora, são nossos grupos, como o PMDB Mulher e com a JPMDB percorrendo o município para fazer novas filiações. Foram entregues 61 desfiliações ao nosso diretório municipal. De forma alguma isso nos afeta porque o partido tem mais de 5 mil filiados, em média.

Jornal dos Bairros – O que a turma da Eliane alegava é que eles não eram ouvidos dentro do partido, que a filiação do Volnei Morastoni (PMDB) foi imposta pelo diretório estadual. Isso ocorreu mesmo?

Gaspar Laus – Tem uma coisa que aprendi com o meu pai: manda quem pode, obedece quem tem juízo. Se é um projeto do PMDB estadual, que é um projeto já pensando nas eleições de 2018, eu tenho que aceitar. Concordando ou não, eu preciso aceitar. Você deve se unir ao projeto ou você está fora do projeto. A filiação do Volnei não foi algo empurrado goela abaixo, mas sim um projeto que está sendo coordenado pelo deputado estadual Valdir Cobalchini (PMDB). A intenção do PMDB estadual é lançar candidatos a prefeito em 250 municípios de Santa Catarina neste ano.

Jornal dos Bairros – Quais são os rumos que o PMDB está tomando após essa série de desfiliações?

Gaspar Laus – Nós reestruturamos o PMDB Mulher que está sendo capitaneado pela vereadora Neusa Girardi (PMDB). Elas estão fazendo um bom trabalho. Já tivemos dois grandes eventos e já temos um encontro programado para o dia 8 de março, dia Internacional da Mulher. A JPMDB também está fazendo grandes movimentos e reuniões. O partido está fazendo contato com outras siglas para um projeto para o município. Lógico que todos os partidos que estão se reunindo têm seus pré-candidatos. Estamos fazendo reuniões, conversando com outras siglas e, futuramente, vamos decidir quem será o candidato a prefeito e a vice- -prefeito. Hoje, nossa conversa mais afinada é com o PSDB, Solidariedade e PR. Temos outros partidos envolvidos em conversas, mas estes três estão mais afinados com o PMDB.

Jornal dos Bairros – O descontentamento geral com o PT pode ser um aliado para o PMDB em Itajaí?

Gaspar Laus – Hoje o PT é um partido leproso. Tem grandes nomes no partido, não podemos dizer que não existem boas forças políticas dentro do partido. Esse pessoal deve ser bem aproveitado. Isso vai repercutir em torno de todos os partidos. O PT vai continuar com a militância, que é forte, mas terá dificuldade para eleger candidatos e eles sabem disso. 

*Confira a entrevista completa na versão impressa do Jornal dos Bairros


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