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04/09/2015 | 09:21

Gestão do Hospital Marieta é alvo de investigações

As reformulações no Hospital Marieta Konder Bornhausen, que desde maio deste ano é comandado por uma nova diretoria, recentemente geraram suspeitas sobre o futuro dos atendimentos na instituição. Apesar de a nova diretoria negar diminuição no número de leitos e fechamentos de alas, médicos denunciaram mudanças que podem ser um problema para a demanda de pacientes da região.

 

Em documento, profissionais da saúde questionam a transformação da UTI Coronoriana (UCO) em UTI geral destinada ao atendimento de apenas convênios e particulares. Na carta, encaminhada ao vereador Osvaldo Mafra (SD), consta que a medida estaria sendo tomada em consequência da falta de recursos do Estado e também pelo déficit financeiro oriundo das contas do SUS.

 

De acordo com a denúncia, o Hospital Marieta tinha a disposição 30 leitos de UTI, sendo 20 entre UTI-1 e UTI-2 de leitos gerais e 10 de UCO (UTI Coronariana). Se a mudança se confirmar a nova UTI será apenas destinada a pacientes de convênios e particulares com enfermidades gerais, extinguindo os leitos extras teto que seria utilizado dentro da UCO, assim como diminuindo as vagas do SUS.

 

Na última terça-feira o vereador então protocolou requerimento pedindo explicações para a direção do hospital, Secretaria Municipal de Saúde e prefeito de Itajaí. O parlamentar quer saber quais convênios o município possui com a instituição, o valor repassado mensalmente e se foi recebido informação sobre a pretensão do hospital em fechar o pronto-socorro do Incor, entre outros questionamentos.

 

O pedido foi aprovado com 15 votos. Na sequência, a secretaria legislativa da câmara encaminhou as solicitações de informações para os órgãos citados para que se manifestem. Os parlamentares, contudo, não podem exigir prazo para as respostas. Assim, caberá ao vereador ficar em cima para que as informações cheguem:

 

— Não podemos deixar essa situação se concretizar, o Incor um centro de referência em Itajaí e região não pode ser prejudicado por falta de recursos, assim como é inadmissível a redução dos atendimentos, a saúde dos cidadãos deve estar acima de qualquer crise.

 

Por outro lado, assim que as denúncias vieram a público o hospital se manifestou por meio de nota informando que elas não procedem. Sobre a suspeita de fechamento de leitos de UTI na Unidade Coronária (UCO), o hospital informou que nunca houve leitos específicos para esse setor. Atualmente o Marieta dispõe de 30 leitos de UTI, dos quais 20 são destinados também a pacientes do Sistema Único de Saúde, e está buscando, inclusive, ampliar o número de leitos.

 

O pronto-socorro do coração também não foi fechado, segundo o Marieta. O que acontece é que o setor está passando por uma reforma interna e, temporariamente, os pacientes estão sendo atendidos na Unidade da Dor, com entrada pela avenida Sete de Setembro.

 

Pelo sim, pelo não, o Ministério Público também deve apurar as denúncias. O caso chegou ao conhecimento da 13ª Promotoria de Justiça, que atua na área da defesa dos direitos humanos, cidadania e fundações e na defesa do consumidor.


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