Praticar esportes é um hábito recomendado por qualquer especialista no assunto. Na brincadeira, vale de tudo, até usar os sapatos como trave de futebol. Mas há quem leve a prática esportiva muito a sério. Atualmente, Itajaí tem representantes na maioria dos esportes olímpicos. São cerca de 450 atletas efetivos na Fundação Municipal de Esporte e Lazer (FMEL), que carregam o nome do município em campeonatos estaduais, nacionais e mundiais.
O cenário esportivo é diversificado em Itajaí. O município tem atletas em todos os esportes olímpicos, com exceção de duas modalidades de tiro (armas longas e armas curtas). Com tanta gente disposta a carregar o brasão da cidade mundo afora, será comum escutarmos nomes como Natália Brozulatto e Valéria Kumizaki, referências do caratê. As duas atletas da FMEL foram ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, em julho deste ano.
No handebol, o trio André Amorim, Arthur Patrianova e Gabriel Monteiro do Nascimento são apostas para futuras medalhas no esporte. Hoje, todos disputam competições mundiais. André está treinamento no continente europeu para o Campeonato Mundial de Handebol, na Rússia. Gabriel disputou o Pan-Americano de Toronto com a Seleção Brasileira Júnior. Já Arthur é atleta da Seleção Brasileira de Handebol, na categoria adulto.
Nesta semana, Itajaí também esteve estampada no quimono do judoca João Paulo Gonçalves. O garoto participa do Campeonato Mundial Sub-18, na categoria peso-pesado. Ele é o único representante do município na competição, que acontece na Bósnia e Herzegovina. João é atleta da FMEL e Academia Zamboneti de Judô.
Itajaí depois da era do atletismo
O atletismo já foi o esporte que mais lucrou com medalhas e premiações para o município. Nos últimos anos, outras modalidades abriram espaço para novos atletas se destacarem. Para o diretor de rendimento da FMEL, José Hiran Lamim, o atletismo não ficou de lado, mas esportes como handebol, judô, ginástica artística e caratê, atualmente, apresentam os melhores resultados.
— Itajaí mudou, tem aspectos diferentes. O atletismo ainda faz um bom trabalho e temos atletas em competições nacionais e internacionais, mas esse não é mais o esporte que é a cara do município — diz.
Segundo Lamin, a natação e o taekwondo são outros pontos fortes na cidade. O objetivo da FMEL, em todas as modalidades, é ter atletas entre os três melhores do país. O que parece dar certo em Itajaí. Nas Olimpíadas Rio 2016, o município terá Arthur Patrianova na seleção de handebol.
Só neste ano o município investiu cerca de R$ 12 milhões no esporte. O dinheiro é usado para pagamento da bolsa atleta, organização de eventos esportivos na cidade (tanto para a comunidade quanto para campeonatos profissionais), manutenções diversas na estrutura administrativa da FMEL e transporte e hospedagem de atletas e funcionários em competições.
Como funciona o bolsa atleta?
Em média, a FMEL investe R$ 5 milhões para o bolsa atleta, benefício oferecido em todas as modalidades da fundação. O valor é para bolsas na categoria infantil e adulto. Infantil são atletas que disputam a Olimpíada Estudantil Catarinense (Olesc). Ganha a bolsa atleta adulto quem disputa os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc).
Cada modalidade tem um valor máximo de recursos oferecidos. Os valores diferem para cada esporte. Segundo José, o atleta só recebe a bolsa auxílio se obtiver resultados referentes aos campeonatos estaduais, nacionais e mundiais.
— Ganha a bolsa quem representa o município em competições— explica.
Cada modalidade define a graduação de resultados para a obtenção do auxílio. Cerca de 450 atletas da FMEL são beneficiados com a bolsa atleta atualmente.
Futuro do handebol de Itajaí
O técnico da FMEL, Sílvio Rodrigues, viu os primeiros lances de André Amorim, de apenas 18 anos, no handebol. O atleta começou a praticar o esporte em escolinhas da FMEL, espalhadas pelos bairros de Itajaí. Com o handebol, André conseguiu uma bolsa atleta e uma vaga para estudar em um colégio particular da cidade. Agora, o garoto é representante do município, da escola e do Brasil nos campeonatos que disputa.
— O André é um menino que veio dos polos [escolinhas da FMEL] e conseguiu bolsa atleta. Hoje, o André consegue ajudar financeiramente a família e se ajudar, ele tem estrutura para isso e tudo é fruto do esporte — comenta o treinador.
A meta atual de André é treinar para faturar o ouro no Campeonato Mundial, na Rússia. Para o técnico, o atleta é peça fundamental no time da seleção itajeiense:
— Ele recebeu inúmeras propostas para jogar em São Paulo e no Rio de Janeiro, até mesmo em Portugal. Daqui para frente, eu gostaria de vê-lo jogando na Alemanha, França ou Espanha, lugares que paguem mais e que tenham boas estruturas.
Orgulho do judô
Se você buscar pelo nome João Paulo Gonçalves no site Google, vai encontrar uma lista de notícias sobre premiações e campeonatos de judô. Isso porque João é atleta efetivo da FMEL e Academia Zamboneti de Judô e já tem bagagem profissional. O garoto foi revelado em escolinhas da cidade e se destacou nos tatames em 2014.
Em março, o judoca foi vice-campeão do Torneio de Bremen, válido pela primeira fase do Circuito Mundial da categoria Sub-18, que aconteceu na Alemanha. A colocação garantiu a vaga de João no Mundial Sub-18, disputando a categoria peso-pesado. No Pan-Americano de Toronto, o garoto foi campeão na categoria. O sonho é conquistar a primeira colocação na Copa do Mundo do judô.
O Mundial Sub-18 acontece na Bósnia e Herzegovina e é a segunda competição internacional de João em menos de um mês. Hoje, o garoto integra a equipe de 20 judocas que representam o município.
Itajaí nas quadras de vôlei
Antony Gabriel Gonçalves é uma das apostas dos técnicos do voleibol masculino da FMEL. Em abril, o atleta foi convocado para a Seleção Catarinense da modalidade, junto de outros três jogadores. Além da fundação, Antony é atleta da equipe itajeiense Pró-Vôlei, desde 2010.
O atleta, que recém completou 18 anos, foi eleito como melhor atacante no 17º Festival Mercosul de Voleibol, na categoria masculino infanto, no ano passado. Na mesma competição, a equipe conquistou a série prata.