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Geral
03/07/2015 | 09:57

Atrasos são a principal queixa dos usuários de transporte público em Itajaí

Até as 6h50, Tainara Maria Garbin, 17, deve estar no ponto de ônibus do bairro Itaipava, em Itajaí. A partir desse horário, a estudante aguarda o ônibus da empresa Coletivo para ir até à Escola Estadual Victor Meirelles, no Centro da cidade. São cerca de trinta minutos até chegar ao destino final. A rotina de Tainara é programada e ela depende do transporte público para se locomover, mas os atrasos diários da linha 904, e de outros ônibus da empresa privada, são os motivos para as chegadas tarde de Tainara no colégio.

 

Estudante do terceiro ano do ensino médio, a jovem coleciona bilhetes da direção da escola notificando os atrasos. É sempre algo incerto.  Tainara aguarda o ônibus, no máximo, até às 7h15.

 

— Se ele não passar até esse horário no ponto, eu já sei que ele não passa mais — diz.

 

Quando o ônibus não chega até esse horário a estudante corre para casa e suplica uma carona ao pai. Com o mesmo problema sofre a estudante Adriane da Silva, 14, moradora do bairro Campeche, área rural de Itajaí. De segunda a sexta-feira, Adriane pega a linha 907 às 6h30, isso quando o motorista chega no ponto dentro do horário.

 

— Tenho que chegar na escola até 7h30, quando a aula começa, mas é raro quando o ônibus passa no horário certo. Eu não posso recuperar a aula ou justificar o atraso porque a escola não aceita. Nós assinamos um bilhete [no colégio], mas perdemos a primeira aula — diz.

 

As estudantes não são as únicas que dependem do transporte público em Itajaí. O desrespeito com os horários é um dilema para a maioria dos passageiros. É só caminhar até um dos pontos de ônibus pela cidade para escutar as queixas dos moradores. E se engana quem pensa que o culpado é o trânsito, pois muitos passageiros dizem que os horários são desrespeitados já nas saídas dos terminais.

 

Itajaí pode ter segunda empresa de transporte
Para tentar fazer com que o sistema seja mais eficiente, a Câmara de Vereadores de Itajaí aprovou, em segunda votação, o projeto de emenda à Lei Orgânica Municipal 1/2014, permitindo duas empresas de transporte público no município. Para entrar em vigor, a proposta de emenda deve ser sancionada pelo prefeito Jandir Bellini (PP). O projeto de emenda foi uma iniciativa da vereadora Anna Carolina Martins (PRB).

 

Caso sancionado por Bellini, o documento altera de 220 mil para 200 mil o número de habitantes necessários para que o município tenha duas empresas de transporte público operando. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município atingiu o número de 201.557 ainda em 2014. Agora, o número é suficiente para implantação de uma segunda empresa de transporte urbano.

 

— Seria uma concorrência indireta e saudável — disse a vereadora.

 

A proposta de emenda foi protocolada ano passado. A publicação do edital permitirá que o município decida se a nova empresa atuará com ônibus, micro-ônibus ou vans. O projeto de emenda à lei orgânica ganhou por unanimidade nas duas votações.

 

Procurada pela reportagem, a Coletivo Itajaí não se manifestou sobre as queixas dos usuários e a possibilidade de uma empresa concorrente até o fechamento desta edição. O espaço permanece aberto e havendo esclarecimentos o Jornal dos Bairros os trará na próxima edição. 


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