Montar uma equipe de futebol formada por robôs. Esse é o projeto de alunos e professores do Colégio de Aplicação da Univali (CAU) e do curso de Engenharia de Computação da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Itajaí. O grupo irá utilizar tecnologia para o desenvolvimento de partidas robóticas envolvendo o popular esporte. A expectativa é que, no segundo semestre de 2013, eles já possam participar de competições nacionais.

"O projeto incentiva alunos do ensino médio a optarem pela área da engenharia. E, sendo assim, serão usados conhecimentos de matemática de colegial para identificação da angulação que permitirá ao sistema traçar a estratégia de jogo", explica Rudimar Luis Scaranto Dazzi, coordenador do curso de Engenharia da Computação da Univali.

Mas o desenvolvimento não para na área de cálculos. Como os alunos terão que criar toda a estrutura do robô, eles desenvolverão, também, toda a parte mecânica, a parte de controle e programação, e o projeto de mecatrônica para fazer o robô funcionar como deve.

Competições são levadas a sério

Os times serão desenvolvidos para seguir especificações determinadas pela categoria Small Size League, também conhecida como liga F180. A partida consiste na cooperação de cinco robôs inteligentes por equipe.

Uma câmera instalada em cima do campo capta e processa as imagens para que o sistema possa encontrar a posição dos robôs do mesmo time, os adversários e a bola. Por meio de reconhecimento de padrões, o computador decide a melhor estratégia e os robôs se movimentam em direção a bola para marcar os gols na equipe adversária.

Tecnologias como essas desenvolvidas para competições são importantes para o desenvolvimento de robôs autômatos, capazes de realizar diversas funções que exigiriam decisões complexas. As disputas entre os peladeiros robóticos existem no mundo desde 1994. Eles possuem até uma Federação para organizar suas competições com direito, até, a uma Copa do Mundo.

Grupos também desenvolverão sistemas embarcados

Além da equipe de futebol de robôs, também será criado de um grupo de estudo para introdução à programação e implementação de processadores com alunos do Colégio de Aplicação da Univali.

O grupo estudará conceitos básicos de programação e arquitetura de computadores, algoritmos e projetos de circuitos e sistemas digitais. Eles também terão atividades práticas para o desenvolvimento de sistemas embarcados como os utilizados em celulares, impressoras, videogames e, até, em aparelhos domésticos como micro-ondas, maquinas de lavar e aparelhos de TV.

Tanto a criação do grupo de estudos de sistemas embarcados, como o projeto de criação da equipe de futebol de robôs, foram aprovados por meio de edital e serão financiados por meio de parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e Vale. O edital beneficia pesquisadores, estudantes do ensino médio e técnico e de graduação, com o objetivo de estimular a formação de engenheiros no Brasil.

O programa, conhecido como "Forma-Engenharia", nasceu da preocupação de o Brasil sofrer a partir de 2020 um "apagão de engenheiros" caso a economia do país mantenha o atual ritmo de crescimento, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A ideia central é promover e divulgar o estudo de engenharia entre a população. Os valores distribuídos incluirão recursos para compra e manutenção de equipamentos e bolsas de estudo para alunos de cursos universitários, técnico ou do ensino médio.