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Geral
12/04/2012 | 15:27

“Não é realista ser otimista com a Rio + 20”, diz Gabriel Ferrer

“Não é realista ser otimista com a Rio + 20”, é a constatação de Gabriel Real Ferrer, uma das três principais autoridades mundiais em direito ambiental. A declaração foi dada durante a palestra que ele realizou ontem, 11 de abril, no Ciclo de Palestras Univali, que acontece durante a Stopover Itajaí da Volvo Ocean Race, competição mundial de vela que tem etapa atual em Itajaí, Santa Catarina.

A declaração parte do fato de que a Conferência Rio + 20, a realizar-se em junho, no Rio do Janeiro, acontecerá em apenas três dias e não tem um trabalho prévio realizado: “Não há acordos mundiais preparados, não devemos esperar novos convênios ou decisões que impactam decisivamente na situação do planeta para as próximas décadas”.

Sustentabilidade planetária e os oceanos
Com o tema “Sustentabilidade planetária e os oceanos”, Gabriel Ferrer aproveitou-se da Conferência Rio + 20 para traçar um painel da realidade ambiental planetária. Segundo ele, os desafios ambientais são as mudanças climáticas, a desertificação de algumas regiões, a escassez de água potável, a concentração das populações nas regiões litorâneas, a manipulação genética e as nanotecnologias. “A sustentabilidade supõe a vontade de introduzir as mudanças necessárias em nossos modos de vida e na organização social para que a espécie humana possa perpetuar-se indefinidamente em condições mais dignas”, declarou, e insistiu: “Esse é o novo paradigma da sustentabilidade”,  explicando que para haver essas mudanças é preciso integrar-se as dimensões social, ambiental e econômica.

Economia azul
Tratando dos oceanos como principal tema de sua palestra, Gabriel Ferrer chamou a atenção para sua importância, ainda pouco explorada, como ecossistema e espaço físico/químico básico do planeta, do que ele chamou da nova “economia azul”, em contrapartida à chamada “economia verde”, ecologicamente sustentável. Segundo ele, os oceanos são os reguladores de clima, fonte de captação de gás carbônio, suporte de megabiodiversidade, fonte de energias alternativas, suporte para a expansão de populações e culturas, meio de transporte mais sustentável, fonte de alimentação e de energia. Para cada um desses pontos, alerta ele, é preciso ponderar os desafios de exploração e de sustentabilidade.
 

Pesquisadores debatem políticas públicas de recursos hídricos
Na noite de amanhã, sexta-feira, 13, os 15 anos de atuação do Comitê do Itajaí na implementação da política pública de recursos hídricos será o tema da palestra ministrada por Nomenia Bohn, docente pesquisadora da Furb, durante o Ciclo de Palestras Stopover Univali.

O evento oferece entrada gratuita e certificado para acadêmico. Ele ocorre, no auditório do Centro de Eventos da Vila da Regata da Volvo Ocean Race. Na noite de hoje, 12, a programação conta com duas atividades. Às 17h, haverá mesa-redonda sobre sustentabilidade abordando a evolução de Itajaí, na área, nos últimos 20 anos. Participam do debate representantes da Fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai), Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Associação Empresarial de Itajaí (ACII), Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema) e ONGs.

Na sequência, às 18h30, ocorre palestra com Luis Nachbin, jornalista e produtor do programa “Passagem Para” do Canal Futura. A apresentação tem como título: “Do alto do Rio Negro à savana do Quênia, algumas fronteiras para o desenvolvimento”. O Ciclo de Palestras Stopover Univali integra a programação oficial da etapa brasileira da Regata de volta ao mundo Volvo Ocean Race 2011/2012. Ele teve inicio no dia 9, e estende-se até o dia 20 com debates diários sobre o desenvolvimento humano, sustentabilidade e o Brasil da Rio+20. Os encontros, gratuitos e abertos ao público, são organizados pela Univali e antecipam os debates para a Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.


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