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30/03/2012 | 15:48

Líderes da Volvo Ocean Race cruzam Cabo Horn e se aproximam de Itajaí

Restam menos de 2 mil milhas náuticas para o Groupama e o Puma cruzarem a linha de chegada em Itajaí, na perna mais desgastante e longa da Volvo Ocean Race 2011/2012. A previsão é de que os dois apareçam na cidade catarinense na próxima semana. Os barcos foram os que menos sofreram com os ventos frios e as ondas gigantes dos mares do sul. Nesta sexta-feira (30), as equipes passaram pelo temido Cabo Horn, na Terra do Fogo. O local é a parte mais ao sul do Américas, além de ser famoso por condições severas de navegação. Trajeto mítico da vela, a passagem pelo Horn é considerada sonho de consumo pela maioria dos participantes da volta ao mundo.

Cansados, os velejadores dos dois times projetam uma espécie de match race até o Brasil. A diferença dos franceses para os norte-americanos é menor do que 15 milhas náuticas, aproximadamente uma hora de diferença. Ou seja, a rotina a bordo será intensa nos próximos dias para aproveitar melhor os ventos. "O Puma é, agora, o nosso rival mais perigoso, então estamos navegando de maneira conservadora e parecida com a deles. Para a classificação geral, seria bom chegar a Itajaí na ponta" declara Franck Cammas, comandante do Groupama.

A declaração do líder do veleiro francês é compartilhada por seus tripulantes, que pretendem foco total para repetir o desempenho da última perna e terminar em primeiro lugar, reduzindo a vantagem na classificação geral para o líder Telefónica. "Ligamos o ‘Race Mode’ (modo de corrida) a partir de agora. Mesmo com o desgaste do percurso, precisamos manter a liderança. Este é o ponto que chamo de ‘Cabo da Libertação’. É onde a Volvo Ocean Race começa de fato", comenta Thomas Coville, do Groupama.

A tendência é que, a partir de domingo (1), as condições meteorológicas devem ser menos extremas: menos frio e mar estável. "Nós estudamos atravessar da melhor maneira o Cabo Horn desde o instante em que deixamos Auckland. Cruzar esse trecho é um marco. Poucas pessoas conseguem alcançar esse feito. É o Cabo Horn, faça chuva ou faça sol", relata o emocionado tripulante de mídia do Puma, Amory Ross.

O Telefónica confirmou nesta sexta-feira que fará uma parada estratégica no Cabo Horn. O pit stop seria feito na cidade Ushuaia, na Argentina, mas a mudança foi antecipada e acontecerá na região do próprio cabo. O diretor técnico do veleiro espanhol, o brasileir Horácio Carabelli já está a caminho para ajudar os companheiros. "Decidimos fazer essa interrupção para reparar a proa e seguir viagem de maneira rápida e segura. Ainda bem que a zona do Cabo Horn é um labirinto de ilhas, que nos ajudará a fazer esse procedimento de maneira eficaz", afirma o comandante Iker Martinez.

Já o Abu Dhabi quebrou pela segunda vez na etpaa e deve atrasar ainda mais a chegada ao Brasil. Após avaria no início da perna e um retorno a Auckland, os árabes foram obrigados a fazer um conserto no casco em pleno Oceano Austral. Foram colocados mais de 30 parafusos no deque para impedir que o barco se despedace ao meio. O trabalho durou cinco horas.

"No momento, a única prioridade continua sendo a segurança do barco e da tripulação, mas eu confesso que estou muito mais relaxado a esse repeito agora do que eu estava há 24 horas", explica Ian Walker, comandante do barco. O Sanya está fora da perna e o Camper, quarto colocado, também tem problemas e está velejando em direção a Puerto Montt, no Chile, para reparos em terra.

A Regata
A Volvo Ocean Race tornou-se um dos eventos esportivos coletivos mais exigentes e emocionantes do mundo. Velejadores utilizam a mais moderna tecnologia náutica para cruzar os cinco continentes do globo, percorrendo aproximadamente 39 mil milhas náuticas (72 mil quilômetros). A competição é realizada de três em três anos e está na 11ª edição. A maior competição de vela oceânica mundial teve início em outubro de 2011, na cidade de Alicante, na Espanha, e irá terminar no dia 7 de julho em Galway, na Irlanda.

A quinta perna, de Auckland, na Nova Zelândia, até Itajaí é considera a mais estratégica da competição por se tratar de um trajeto cheio de ondas gigantes, ventos frios da Antártica e uma passagem pelo temido Cabo Horn. Além disso, as seis equipes irão navegar 12.417 quilômetros (6705 milhas náuticas) - o maior trecho da competição. Até o momento, cinco dos seis barcos já sofreram danos. A pior situação é a do Sanya, que sofreu avarias graves no leme e, por isso, decidiu sair da etapa, voltando para competição apenas na parada de Miami, nos Estados Unidos. A chegada dos barcos ao Brasil está prevista para o dia 6 de abril, sexta-feira da paixão.


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