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Geral
15/12/2011 | 10:52

Corporações que elegem mais políticos recebem mais recursos públicos, aponta estudo

As empresas que usam doações de campanha para construir boas relações políticas são as que têm mais acesso aos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aponta pesquisa realizada em conjunto por estudiosos do Insper, da Universidade de Harvard, da Fundação Getúlio Vargas e da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

 

Segundo o estudo, para cada deputado, governador, senador e até presidente da República eleito com seu apoio, uma empresa recebe do BNDES, em média, US$ 28 milhões na forma de empréstimos ou por meio de financiamentos a projetos de infraestrutura dos quais participa.

 

A conclusão e o cálculo são baseados em um exercício matemático feito com informações de 289 companhias abertas e da Justiça Eleitoral. Para realizar o estudo, os pesquisadores mapearam, nas eleições de 2002 e 2006, quem foram os candidatos que receberam contribuições para suas campanhas, quantos se elegeram e quantos não foram eleitos.

 

Depois cruzaram esses dados com os financiamentos liberados pelo BNDES às empresas doadoras. Assim, conseguiram conectar diretamente as empresas que receberam recursos do banco aos candidatos eleitos.

 

A pesquisa demonstrou, ainda, que as empresas que têm maior probabilidade de receber recursos do BNDES não são as que doam mais e sim as que conseguem eleger mais candidatos, independente se são ou não da base do governo. Além disso, segundo a pesquisa, não existe uma relação direta entre eleger um candidato e receber o recurso do BNDES. Os dados indicam é que uma empresa que se conecta com políticos eleitos tem probabilidade maior de receber recursos. Ou seja, ao doar, a empresa pode ser mais acionada pelo governo para participar de projetos públicos ou ações de política industrial.

 

O objetivo dos pesquisadores, ao desenvolver o estudo, foi lançar a discussão sobre dúvidas que com frequência rondam o BNDES e responder se as conexões políticas das empresas influem nas decisões do banco. O estudo analisou as campanhas de 2002 e 2006 e foram consideradas as doações feitas a candidatos a presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual.


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