quinta, 28 de março de 2024
Geral
06/09/2010 | 00:00

07 de setembro. Essa data representa algo pra você?

 

Até que ponto o sentimento de patriotismo e amor ao país está presente entre os brasileiros?

 

Desde o dia 1º de setembro, os municípios se vestiram de verde e amarelo. Está chegando o dia da Independência e as escolas trabalham a história, seja através de homenagens ou cantando o Hino Nacional. O dia maior das comemorações é 07 de setembro, com desfiles, fanfarras e tudo o que uma homenagem cívica pode representar para o país.

 

Mas será que as pessoas são realmente patriotas? Adoram seu país?Até que ponto cada brasileiro é realmente patriota?

 

Questionada acerca do patriotismo, a auxiliar administrativa Karina Dagnoni Borges dos Reis se vê como alguém patriota. “Tenho orgulho de ser brasileira e morar nesse país”, afirma. Karina acredita que hoje o brasileiro não é patriota e esse resgate deveria começar nas escolas. “É necessário mostrar para a criança o que é ser patriota para que as mesmas propaguem essa mensagem na família e na sociedade”, explica.

 

Para o jornalista João Pedro Machado, campanhas de conscientização poderiam ser uma alternativa para resgatar esse sentimento. “É necessário trabalhar a valorização do nosso país, não apenas como alguém que vive aqui”, ressalta.

 

A contribuição da História

 

De acordo com o Mestre em Sociologia Política e professor do Curso de Ciências Sociais da Univali, Sérgio Saturnino Januário, a própria história do Brasil teve sua contribuição para que hoje as pessoas não sintam esse patriotismo. “Nós temos 188 anos de independência apenas. Ainda somos de baixa maturidade nesse sentido”, ressalta.

 

No decorrer da História, fatos, como golpes militares e o direito ao voto conquistado apenas no século passado, fizeram com que o povo estivesse afastado dos principais fatos políticos. “Os estados brasileiros eram formados por elites que tinham poder de voto e estavam distantes da população. Como o povo desenvolveria uma consciência patriótica distante desse processo?”, ressalta.

 

Em Itajaí, a  abertura da Semana Cívica contou com a apresentação da Banda Filarmônica de Itajaí

 

 

A estrutura eleitoral, embora tenha sofrido mudanças, ainda coloca a participação do povo em segundo plano. “As eleições primárias ocorrem primeiramente entre a cúpula dos partidos. O povo entra num momento secundário. São fatos que também fazem com que o brasileiro não desenvolva o sentimento republicano”, afirma.

 

Januário finaliza que desenvolver uma cultura de patriotismo não se faz de cima para baixo. Mas a possibilidade de reverter esse quadro a longo prazo. “Somos uma democracia que ainda está engatinhando. Por isso acredito que haverá sim a possibilidade de sermos patriotas, mas isso vai demorar gerações. E a partir do momento que o povo associa o país como parte da sua identidade, ele pode ser um patriota”, finaliza.

 

O resgate das futuras gerações

 

O Centro de Educação Infantil Adélia Russi, durante a Semana da Pátria fará homenagens diárias, onde serão trabalhados assuntos envolvendo respeito à bandeira e à pátria como um todo. Para a coordenadora do CEI, Suélen Roza, a consciência cívica não deve vir apenas na Semana da Pátria. E foi pensando nisso que os professores e a direção do centro tiveram a ideia de prestar uma homenagem cívica pelo menos uma vez ao mês. “Vai de cada profissional fazer um trabalho para haver esse resgate nas crianças, porque é isso que fará repensar sobre os valores do país e a cultura como um todo”, comenta.

 

A diretora da Escola Básica Aníbal César, Rosimeri Marcos, afirma que hoje crianças e adolescentes estão mais questionadores, principalmente quanto às questões políticas. Embora muitos ainda tenham visão negativa, o principal objetivo é ressaltar as qualidades do país. “Procuramos trabalhar com os alunos a valorização da nossa cultura, o ambiente e mostrar que problemas todos os países tem, não só o nosso”, comenta.

 

Rosiméri ressalta que é importante trazer a discussão para os dias de hoje. “Não é uma semana para trabalharmos apenas a história da independência. Mas fazer com que eles reflitam o que é independência nos dias de hoje”, finaliza.

 

 


JORNAL IMPRESSO
29/03/2024
22/03/2024
15/03/2024
08/03/2024

PUBLICIDADE
+ VISUALIZADAS