sexta, 29 de março de 2024
04/05/2010 | 00:00

Saúde informa população

Atraso na contratação de laboratórios por parte do Ministério da Saúde provocou desabastecimento na rede municipal de medicamentos utilizados na terapia antiretroviral (ARV), conhecida popularmente como coquetel. O uso de tais medicamentos visa impedir a replicação da cadeia viral, evitando a perda de células CD4, responsáveis pela manutenção da imunidade. Para evitar prejuízos aos pacientes, a Secretaria Municipal de Saúde está fracionando o fornecimento dos medicamentos até que a situação se normalize.

A compra dos medicamentos chegou a ser cogitada pela Coordenação Municipal do Programa de DST/Aids, porém a mesma não foi autorizada pela Gerência Estadual, sob a alegação de que a aquisição de medicamentos é realizada mediante pactuações em tripartite (que envolve as três esferas: Federal, Estadual e Municipal). 

Além do abacavir e da lamivudina, cujo desabastecimento foi informado recentemente, estão em falta, segundo o Ministério da Saúde, a nevirapina e a associação entre lamivudina e zidovudina (AZT). Dentro da chamada tripartite é de responsabilidade do Departamento Nacional de HIV/Aids e Hepatites Virais, através do Ministério da Saúde, a logística de aquisição e distribuição de todos os medicamentos ARV aos estados que os solicitam. 

Segundo o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, problemas na assinatura de contratos com laboratórios públicos dos Estados explicam o desabastecimento da lamivudina e da zidovudina, usados por 172 mil pessoas em todo o Brasil.

"Houve um atraso no fechamento dos contratos entre o ministério e as primeiras parcelas, que chegariam entre fevereiro e março, só estão chegando agora", disse Rogério Scapini, responsável pela logística de medicamentos e insumos do departamento, sobre o caso da lamivudina e associações. Com a falta, as entregas passaram a ser fracionadas, sobrecarregando a logística dos programas estaduais. 

A Secretaria Municipal de Saúde acompanha o tratamento de 1.134 pacientes. Eles são atendidos no CEREDI - Centro de Doenças Infecciosas de Itajaí, situado à Rua Samuel Heusi nº 120 – Centro. Parte desses pacientes fazem uso das medicações com problemas de abastecimento sendo que o estoque foi fracionado para que não haja problemas no tratamento. O Ministério da Saúde informou que a situação deve ser normalizada em meados de maio.

Mas, de acordo com Carlos Manuel Corrêa, médico de referência em genotipagem pelo Ministério da Saúde, “na impossibilidade de se manter o esquema ARV do paciente, pela demora no reabastecimento, os casos serão analisados individualmente sendo avaliada a possibilidade de troca de esquema sem oferecer prejuízo a eficácia do tratamento”.
 


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